Em cerimônia na noite desta segunda-feira (11), a médica veterinária Carolina Luiza Peró Osorio tomou posse como presidente da Associação Rural de Pelotas (ARP) para o período 2017-2019. Ela é a primeira mulher a assumir o cargo, nesses 119 anos de existência da instituição.

Primeira-vice-presidente da última gestão, Carolina diz ver o seu trabalho crescendo e quer agregar ao conjunto. "É algo especial, certamente. Os dons femininos podem ser úteis", comentou.

A integração de toda a equipe diretiva é um dos objetivos mais citados por ela. Os desafios, segundo ela, serão encarados um a um, começando pela próxima Expofeira. "É importante caminhar no momento presente. Quando os desafios surgirem, a gente encara", afirmou a nova presidente. Atualmente, além do novo cargo, Carolina é responsável pela pecuária nas propriedades de sua família, nos municípios de Quaraí, Capão do Leão e Uruguaiana.

Olhar de quem já passou pelo cargo
Gilberto Azambuja Centeno faz parte do conselho técnico da ARP. Um dos nomes históricos da instituição, tendo sido por duas vezes presidente, ele destaca a experiência de Carolina para tomar as rédeas da associação. "Ela tem plenas condições. Com certeza é capacitada", define Centeno. O fato de ser a primeira mulher também é destacado pelo ex-presidente. De acordo com ele, a presença feminina já é antiga na associação, mas ao ocupar o cargo máximo poderá trazer outra sensibilidade e capacidade de resolver problemas.

Quanto aos desafios, Centeno é categórico: o principal é dar continuidade à gestão, mas sem continuísmo. O plano diretor do parque também é destacado pelo membro do conselho técnico da gestão de Carolina. "É um desafio lidar com os problemas do espaço físico. Dar continuidade ao plano diretor é fundamental, e ela tem capacidade para liderar e conduzir com participação da direção e do conselho", encerrou.

Outro ex-presidente da Associação, Gilmar Hadler também afirmou ser um momento diferenciado para a história da instituição. Segundo ele, o currículo extenso e o conhecimento amplo de Carolina se encaixam dentro da missão e visão da ARP. Por se tratar da primeira gestão de uma mulher, o presidente entre 2005 e 2008 imagina uma abertura maior sendo feita à associação, com mais pessoas levadas para perto da entidade. Além de Carolina, outras cinco mulheres foram eleitas para a gestão 2017-2019.

Quanto aos desafios, lembra da questão da economia. De acordo com Hadler, lidar com a crise e levar a reivindicação do agronegócio adiante são desafios muito grandes, pois os preços dos insumos sobem violentamente. Se aliar e manter uma boa relação com outras entidades e órgãos também serão, do ponto de vista dele, prioridades para o mandato de Carolina.